
Dando murro em ponta de faca; andando em um labirinto de olhos e mãos atadas. É exatamenter assim que um coração cansado sente-se. Perdido. Confuso. Uma hora, até mesmo levantar-se de uma queda - mesmo que não seja tão grande quanto as passadas - torna-se doloroso. E mentiroso também. De nada basta tais pensamentos, já que por apenas alguns dias eles preenchem. Que venha mais uma! Mais duas, talvez. Eu aguento, nós aguentamos. Abastecidas de amor próprio, de salto alto e paetê, nem parece que a alguns dias atrás, enfiadas em uma tristeza estávamos. Volatilidade ou bipolaridade, chame do que quiser. Nós, mulheres, chamamos de superação.
Na verdade, meus queridos homens, nós temos três fases depois de uma desilusão. A primeira, é a qual vocês podem se orgulhar, se sentir lá no pico da agulha. Porque enquanto no triunfo a vossa senhoria se encontra, nós devastadas estamos. Lágrimas a fim de fazer um açude no quintal de casa, chocolates como se fizéssemos dieta de engorda; e pior mesmo, é saber que, enquanto nesse fim de poço estamos, virando uma bebida e risadas de deboches são colecionadas na sala de estar tua ou dos amigos teus.
O teu triunfo é o que dá o ponta pé para nossa segunda fase. Esta, vem quente, quase fervendo. Pulsa de um jeito no qual num letreiro em neon pisca tal mensagem: mantenha distância. E mantenham mesmo, porque aí vem a tal da raiva. Se antes éramos mocinhas indefesas, somos nesta bendita fase uma felina pronta para vingança. Garotos, uma advertência: saiam do meio e fiquem em casa. Com o resto de dignidade que nos resta, só queremos vingança e sangue derramado. É a parte que vocês se arrependem de terem nascido.
Embora seja bastante convencional, infelizmente (ou felizmente?) essa fase é a que menos dura. Vem em uma intensidade quase louca, nos tira do sério, nos deixa careca. Mas antes que nos deixe completamente louca e pitoresca, ela se vai. Rapidinho, rapidinho, que é pra chegar a ultima e mais importante fase.
Senhoras e senhoras, eis a magnitude da transformação que nós, mulheres, agradecemos por proporcionar-mos:
Maturidade. Para nós, essa é a mais triunfante. Perfeita e gustativa. Aquela no qual sambamos em cima de um salto agulha na felicidade prematura masculina. Depois de ter passado por tais fases anteriores, estamos cansadas demais de sofrimento e angústia para dar-mos atenção ao orgulho masculino que atropela, a qualquer maneira. A conformidade anda bem juntinho, dando um brilho a mais, seu toquezinho especial. Sem estresse e com desenvoltura feminina quase infalível, passamos ao lado de vocês como se tudo não tivesse acontecido. Incríveis, fabulosas e dissimuladas. Passamos por cima com um rolo comprensor que os deixam como um verdadeiro besta. Mas não babe não, não se arrependa não.
Sofrimento é apenas uma parte, uma coisa que nos ajuda a crescer. Dói, e não é pouco. Fere, e não sara tão rápido. Mas ajuda. Ajuda porque, lá dentro, bem no âmago feminino, nós aprendemos de uma maneira gloriosa. Aprendemos que nos amamos demais para continuar numa fossa aguda. É nessa fase, rapazes, que aprendemos a não errar mais no mesmo ponto. A diferenciar propósitos e a formar novos princípios. Uma armadura a mais, um misterio a mais para que o próximo possa se divertir. Então, aqui, deixo em nome das mulheres, meu agradecimento por experiências duras, mas que têm aprendizado constante e permanente.
Noossa adorei, vocês escreve Muito bem, parabéns, vou postar essa no meu blog, com créditos seu é claro.
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