O que fazer quando tudo se enverga ao redor de suspiros? Suspiros cansados. Vontade de deitar e dormir até que o mundo gire de um outro jeito, que tudo dê uma bela guinada. Daí você acorda num outro lugar, com outras coisas para enfrentar e outras pessoas para conviver. O que fazer quando se quer que o mundo pare por apenas alguns poucos minutos, apenas o bastante para que você renove sua carga? Quando se sente casado demais para falar, para sair, para lidar sempre com aquela velha mesmisse, aquelas velhas palavras, aquela velha xícara borrada e rachada ou até aquele amor cansativo. É aí que você sente aquela fatiga, aquela inércia que o faz ficar parado e esperar que o mundo pare de girar por apenas cinco minutos.
Mas ele não vai parar. E você vai ter que aprender a ter de girar com ele. O tempo é como aquele chefe que sempre está no seu pé, exigindo coisas, querendo tudo mais rápido, com mais êxito. E quanto mais você trabalha, mais ele exige. E só resta aquela velha opção de, soltando um suspiro fatigado, inclinar-se diante dele e dizer "Sim, já vou, já vou." E lá está você de novo, fazendo aquelas mesmas coisas, falando as mesmas coisas, agindo do mesmo jeito. E lá está o chefão, exigindo mais, querendo que vá mais rápido, querendo que você cuide dos seus problemas cada vez mais cedo. E se está casado demais de cumprir ordens e empurrar tudo com a barriga, o tempo sempre está lá no final, pronto para dar o golpe final, dando, além daquela sua bola de neve de problemas, um ainda maior como castigo por tentar enrolá-lo.
É, estou cansada. Cansada de estar cansada. Cansada de palavras, de gestos, de rostos conhecidos e ações estúpidas.
Cansada de sempre estar cansada.
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