segunda-feira, 20 de dezembro de 2010


Phoebe: Observe the art of seduction. Watch, learn, and don’t eat my cookie.

sábado, 18 de dezembro de 2010

I'm so tired.




O que fazer quando tudo se enverga ao redor de suspiros? Suspiros cansados. Vontade de deitar e dormir até que o mundo gire de um outro jeito, que tudo dê uma bela guinada. Daí você acorda num outro lugar, com outras coisas para enfrentar e outras pessoas para conviver. O que fazer quando se quer que o mundo pare por apenas alguns poucos minutos, apenas o bastante para que você renove sua carga? Quando se sente casado demais para falar, para sair, para lidar sempre com aquela velha mesmisse, aquelas velhas palavras, aquela velha xícara borrada e rachada ou até aquele amor cansativo. É aí que você sente aquela fatiga, aquela inércia que o faz ficar parado e esperar que o mundo pare de girar por apenas cinco minutos.

Mas ele não vai parar. E você vai ter que aprender a ter de girar com ele. O tempo é como aquele chefe que sempre está no seu pé, exigindo coisas, querendo tudo mais rápido, com mais êxito. E quanto mais você trabalha, mais ele exige. E só resta aquela velha opção de, soltando um suspiro fatigado, inclinar-se diante dele e dizer "Sim, já vou, já vou." E lá está você de novo, fazendo aquelas mesmas coisas, falando as mesmas coisas, agindo do mesmo jeito. E lá está o chefão, exigindo mais, querendo que vá mais rápido, querendo que você cuide dos seus problemas cada vez mais cedo. E se está casado demais de cumprir ordens e empurrar tudo com a barriga, o tempo sempre está lá no final, pronto para dar o golpe final, dando, além daquela sua bola de neve de problemas, um ainda maior como castigo por tentar enrolá-lo.

É, estou cansada. Cansada de estar cansada. Cansada de palavras, de gestos, de rostos conhecidos e ações estúpidas.
Cansada de sempre estar cansada.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Um nescafé e um amor, quentes, por favor!

Eu não sei porque, mas não consigo pensar no primórdio de um assunto como esse sem que comecemos pelo "querer". De novo. Mas pra conseguir, pensar, cogitar ou qualquer outra coisa que torne algo que você deseja é o mesmo que querer. É por isso que ele está sempre presente, é sempre o começo. E por ser esse começo, é que sempre queremos muito. Mas o que seria a graça da vida sem os anseios? O que é melhor do que aquele gostinho doce do conseguir, ou o amargo do desistir?


Então vamos relacionar nosso querido amor com o meu querer. Quem nunca pensou em ter um amor? Quem nunca quis? Não me diga que é você, porque você mesmo sabe que não é. Quem nunca quis passar o fim de tarde em beira de gargalhadas, daquelas que fazem a barriga doer e os olhos se estreitarem, até sentir o calor do fim da tarde abraçando ambos numa aconchegante sentimento de plenitude? Acontece que todos nós sentimos necessidade de amar e ser amado. Todos nós ansiamos que alguém dependa de você, que alguém pense em você de um jeito bom, como se você fosse, por qualquer motivo que seja, muito especial. Nós queremos porque é o que nos faz sentir bem consigo mesmo. Olha aí o nosso "querer" de novo.


Mas chega num momento em que querer demais se torna o maior problema. Alto, loiro, de olhos azuis, com 1.90 de altura e com 100 kg de puro músculo, além de, apesar de toda essa masculinidade estampada, não ter uma maldita voz fininha. Se aparece alguém mais ou menos nesses quadros, mas se for um pouquinho vesgo, ou que fale demais, ou que ande meio que nem um gingado, já descartamos. Daí nós, mulheres, quando são indagadas sobre o que há de errado com o último paquerinha ou com o último namorado, nós respondemos: "Ah, ele era chato demais!" ou "Ah, ele era muito ciumento." ou, é claro, uma das mais "dignas" "Ele não era o meu tipo."


É nessa eterna coisa mal resolvida que ficamos aqui, sozinhas, escrevendo num blog sobre amor e querer ter um amor. Tipo eu.
Tudo é uma questão de ponto de vista, na verdade. O que seria dos feios, dos magrelos, dos nerds, dos "mais pra lá do que pra cá"? Ué, eles também querem, não? Eles também tem seus anseios, querem se sentir amado e pensar que, em algum lugar da vida, ele foi especial de alguma maneira. Mas bem, pra tudo tem um gosto, sim?


Mas o pior tipo de amor é aquele que é despertado sem ter a intenção de ser recíproco. O homem foi feito para amar e ser amado, embora não necessariamente nessa ordem. E se as duas coisas forem feitas sumultaneamente, melhor ainda. Mas, como nós, seres humanos e benditos sedentários de corpo e alma, sempre temos o costume de sentar e esperar, simplesmente sente-se numa mesa gasta num café às oito horas da manhã, recheado com olheiras fundas e roxas, cabelos desegrenhados e os olhos injetados, e peça um nescafé e um amor.
Só não esqueça do "por favor".

Himmel — Céu.

"Era alto na cama, e vi a prata por entre suas pálpebras. Sua alma sentou-se. Veio a meu encontro. As almas desse tipo sempre o fazem as melhores. As que se levantam e dizem: "Sei quem você é e estou pronta. Não que eu queira ir, é claro, mas irei." Essas almas são sempre leves, porque um número maior delas foi dispensado. Um número maior delas já encontrou o caminho para outros lugares. Essa foi despachada pelo sopro de um acordeão, pelo estranho sabor do champanhe no verão e pela arte de cumprir promessas. Ele deitou em meus braços e descansou. Houve um pulmão comichando por um último cigarro, e uma imensa atração magnética pelo porão, pela menina que era sua filha e estava escrevendo um livro lá embaixo, um livro que um dia ele esperava ler.
Liesel.
Foi o que sua alma sussurrou quando o carreguei. Mas não havia Liesel naquela casa. Não para mim, pelo menos.
Para mim, havia apenas Rosa e, sim, acho mesmo que a peguei no meio de um ronco, pois sua boca estava aberta e seus lábios rosados de papel ainda executavam o ato de se mexer. Se me visse, tenho certeza de que ela me chamaria de Saukerl, embora eu não a levasse a mal. Depois de ler A menina que roubava livros, descobri que era assim que ela chamava todo mundo. Saukerl. Saumensch. Especialmente as pessoas a quem amava. Seu cabelo elástico estava solto. Roçava o travesseiro, e seu corpo de guarda-roupa se levantara com o pulsar de seu coração. Não se deixe enganar, a mulher tinha coração.  Um coração maior do que as pessoas suporiam. Havia muita coisa armazenada nele, em quilômetros de prateleiras altas e ocultas. Lembre-se que ela foi a mulher com o instrumento preso ao corpo pelas alças, na longa noite enluarada. Foi a que alimentou um judeu, sem uma única pergunta, na primeira noite de um homem em Molching. E foi a que esticou o braço, bem no fundo de um colchão, para entregar um caderno de desenho a uma adolescente."




***

É pelo fato de o mundo não parar e nem esperar por você que jamais se deve hesitar. Às vezes pensar se torna algo tão difícil e tão insistente, que, quanto mais você força, mais se é atropelado. Pense rápido. Faça rápido. Não, faça devagar. Faça na intensidade que lhe for mais conveniente. Olhe, analise, escolha, marque. Pense se a opção lhe parecer duvidosa, mas não duvide do que você pensa. Uma hora aqui, outra não mais. É assim que é, então jogue conforme a regra manda. Não, não siga as regras, conduze-as. Contorne-as ou apenas as ignore. Mas quando se conhece o plano, é difícil ignorá-la. Tudo que se é planejado é mais confiável. Mas não confie. A única pessoa que se deve confiar é em você mesmo, mas não no que você pensa. Na verdade, não confie em você mesmo. Seu subconsciente é ainda mais traiçoeiro do que aquele que você jamais vai se deixar levar.
Não pense. Faça. Olhe em volta. Repita. Estimule, roube. Faça o que é melhor, mas não esqueça de provar o pior.
O pior é o que define o que é melhor.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Converse. Respire.























"Pense em garotos. Pense em shampoos. Não fique louca. Mude de assunto. Pense na menina mais bonita do mundo e odeie. Sinta dor com nome que assusta menos. Caia na aula de educação física, rale o joelho, sangre. Desembarace os cabelos e sinta que os problemas se alisam. Isso. Qualquer coisa menos loucura. Pense naquela música. Não, você não está triste. Os outros. Olhe. Os outros. Vamos. Que data mesmo? Da guerra. Que data? Qualquer coisa [...] Não caia dura no meio do mundo. Não se chacoalhe no meio do pátio. Não vomite só porque sei lá o que, é impossível de digerir e nem quero saber. Não espanque, não soque, não chore sangue, não arranque a língua, não grite, não acabe. Sorria. Mais uma prova. Mais uma festa. Mais um garoto. Sempre um pavor escondido mas nem era nada disso. Sempre uma tristeza abafada mas nem era nada disso. Sempre uma alegria exagerada que ninguém acolhe e o silêncio depois, fazendo curativos na pureza criando cascas. Um dia você será. O quê? Normal. Um dia você será. Normal. Um dia."

Eu sou um agente do caos.


Madness is like a gravity. All it takes is a little push.




Joker: I just did what I do best. I took your little plan
and I turned it on itself. Look at what I did to this 
city with a few drums of gas and a couple of bullets. Hm? 
You know... you know what I noticed? Nobody panics when 
things go "according to plan"... E
ven if the plan is horrifying. If tomorrow I told the 
press that, like, a gang-banger will get shot, or a truck 
load of soldiers will be blown up, nobody panics, because 
it's all part of the plan. But when I say that one little 
old mayor will die...well, 
then everyone loses their minds! Introduce a little anarchy. Upset the established order, then 
everything becomes...chaos.  I'm an agent of chaos. Oh, 
and you know the thing about chaos? It's fair.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Que tal um beijo, Saumensch?

"Devia amá-la com uma intensidade incrível. Tanto que nunca
mais tornaria a lhe pedir seus lábios,
e iria para sua sepultura sem eles."
















Liesel lhe contou que havia beijado a boca de Rudy. Aquilo a embaraçava, mas pareceu-lhe que ele gostaria de saber. Houve lágrimas de madeira e um sorriso  de carvalho. Na visão de Liesel, o céu que vi estava cinzento e brilhante.
Uma tarde prateada.


A Menina que Roubava Livros.

So, what do you want?

Em cima do parapeito ela lhe ensinará como voar.
Ele quer. Quer porque sente necessidade daquilo que não tem, mas nunca é o bastante. Não se preocupe, não é com o bastante que ele se preocupa. É com o instinto de liberdade de querer, de fazer, de ter em mãos. Lágrimas pretas, o preto no branco. Como provocar sorrisos se estes já não fazem parte do seu cenário? Oh, mas ela sabe. Ela acredita e sente-se livre todas as vezes que ele lhe faz sentir algo. Qualquer coisa, um beliscão, um sopro, o que for, mas lhe faça sentir. Lhe provoque raiva, lhe vire a cabeça, lhe tire do mórbido. Mas qualquer coisa, qualquer sopro de vida, lhe dê.