Ela parece calma. Serena e tão brilhante como a noite. Sensatez é o que ela vem procurando para usar como seu critério. Para quê? Mais um segundo e ela jogaria tudo para cima, mas dessa vez não tem nada de "se voltar, é seu". Que vá e fique lá, aonde nunca deveria ter saído. Tais frases de vida, lições que vem sendo oferecidas por todos os lados não fazem mais aquele mesmo sentido. Talvez, apenas talvez, o nome disso tudo possa ser fadiga. Ela só não consegue dizer exatamente aonde incomoda, já que não é tão específico. Nada de coração, porque a maior dos seus cansaços é de continuar a dizer que essas dores são no coração. São esses dias em que seu poeta romântico, incurável e insensato está tão quieto que ela duvida se ele ainda a habita. São dias racionais, ela decide. Dias em que toda a magia do desejo vai embora adotando a máscara de desnecessariedade, e ela se aqueta, para que ninguém incomode o lado abatido pela realidade dura que a preenche por inteiro. São dias raros e, por isso, são especiais. Assim é mais fácil de conviver com seus fantasmas, com sua própria ignorância. Não é nada de tristeza, ela não parece abatida. Também não está com aquele sorriso mole que contagia, ou então adotando seu "Free Hugs" de sempre. Nem mesmo boêmia, como sempre está quando as situações pedem. Está quieta, os olhos estreitos e desconfiados. As feições de uma bailarina, concentrada, adepta ao que foi induzida a ser neste dia.
É o tempo perfeito para que ela não se perca nas suas ilusões do dia-a-dia, força para enfrentar o próximo é o que ela guarda num pote sagrado. Então, uma dose de realidade pura, por favor.
Sabe, flor, elogiaste minha escrita, mas agora é minha vez: adorei a maneira como dispôs as palavras, as ideias e frases no texto. Grande potencial!
ResponderExcluirBeijo pra ti