sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Pelo mundo.
Eu queria viajar. É, viajar. Pra onde? Pra qualquer lugar bem longe da minha rotina, dos meus afazeres, e até mesmo longe daquelas coisas que acontecem raramente pra quebrar as regras do dia-a-dia. Deixaria aqui minha família, meus amigos, meus estudos, as comidas que como e as roupas que tenho. Deixaria os problemas que não consigo resolver, as cicatrizes dos problemas bem e mau resolvidos e deixaria pela metade os que ando enfrentando. Deixaria o mau humor matinal, a academia com a Maria, o José e a Mariquinha da Silva; o ônibus lotado às 18 horas e as duas horas intermináveis de cursinho de matérias isoladas. Ah, o sol quente do meio dia, o trânsito infernal às 7 horas da manhã, as noites e madrugadas de estudos, as provas mal sucedidas e as aulas entediantes eu deixaria também. Fora os sentimentos guardados, apertados; contidos.
O que eu levaria, então? Meu sexto sentido feminino bem apurado, a personalidade que não me desfaço e a coragem de enfrentar um novo mundo. Lá, em um lugar muito, muito longe daqui, eu iria me preocupar com nada do que me preocupo aqui. Chegaria a ser semelhante, uma coisa ou outra, mas nunca, nunca igual. Eu não teria a mesma rotina. Viajaria todo fim de semana. Faria trilhas, dormiria em um dia solitário no último andar da minha residência, onde nem uma cama teria. Viveria amores passageiros, sairia de casa sem rumo durante uma tempestade e conheceria um hippie que quisesse me levar para suas aventuras diárias e imprevisíveis. Eu e minha grande bagagem. Eu e meu sexto sentido feminino, minha personalidade e minha coragem que residem na mochila que não me desgrudo.
Eu e eu mesma, pelo mundo.
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Ah guria, pena que eu não tenho tua praticidade. Mesmo percorrendo extremos, situações limite, tu não sai da minha cabeça. Talvez seja esse meu refúgio.
ResponderExcluirMuito intenso teu texto. Lindo ;)
Quem és tu, tatu?
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